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O papel do exercício físico no combate à obesidade

  • Vinicius Concon RIsso
  • 21 de jan. de 2019
  • 2 min de leitura

Fatores como a facilidade do acesso a alimentos processados altamente calóricos e a diminuição da prática de exercício físico são cruciais para o aumento do número de indivíduos obesos ao redor do mundo. A obesidade é uma doença multifatorial, e muitos estudos ainda consideram o balanço calórico positivo crônico (ingesta é maior do que gasto calórico por vários dias consecutivos) como o principal responsável pelo aumento significativo da massa de gordura.

O excesso de tecido adiposo (tecido onde é armazenada a gordura) gera um estado de inflamação crônica de baixo grau, elevando a produção de adipocinas pró-inflamatórias como TNF-alfa e IL-6, além de desenvolver resistência a dois hormônios importantíssimos para a manutenção da homeostase glicêmica e controle do apetite, insulina e leptina, respectivamente. Em decorrência disso, aumentam-se as chances de o indivíduo obeso desenvolver doenças crônico-degenerativas.

O exercício físico pode ser uma importante ferramenta para a diminuição da gordura corporal, principalmente pelo aumento do gasto energético diário. Entretanto, evidências apontam que, sem a modificação da dieta (restrição calórica), 50 minutos de exercício por semana é responsável pela perda de apenas 1kg em um período de 6 meses. Sendo assim, seria preciso se exercitar 250 minutos por semana para diminuir 5kg da massa corporal total nos mesmos 6 meses. Esse valor, em um individuo de 1,80m e 120kg (IMC: 37kg/m² - obeso), representaria uma diminuição de apenas 5% da massa corporal total em 6 meses, o que ficaria abaixo do esperado para o mesmo período (10% de diminuição da massa corporal total e manutenção da perda por mais 6 meses).

Como visto, o exercício per si não é tão eficiente no processo de emagrecimento. Entretanto, quando aliado a uma restrição calórica (de preferência planejada por um nutricionista) os resultados são mais expressivos, onde um trabalho apontou a diminuição de 10% da massa corporal e aproximadamente 25% de redução da gordura visceral com uma redução de 12,5% da ingesta, aliada a prática do exercício físico.

Por outro lado, a restrição calórica sem a prática do exercício físico, principalmente dos estímulos de força (musculação), pode gerar queda significativa na massa muscular, diminuindo o principal responsável pelo gasto calórico diário (60 a 75%), o metabolismo basal. Além disso, emagrecer é apenas metade do trabalho. Estudos apontam que apenas 20% dos indivíduos que emagrecem conseguem manter a diminuição de 10% da massa corporal ao longo de 1 ano, e o reganho de 2 a 6% já é suficiente para reverter os benefícios metabólicos do emagrecimento.

A prática regular de exercício físico é fundamental para a manutenção da perda de massa corporal total, para a manutenção ou até aumento da massa muscular (mesmo em condições de restrição calórica), para a diminuição do risco de doenças crônico-degenerativas (mesmo sem emagrecimento significativo) e para o desenvolvimento de capacidades físicas importantes para a saúde física e mental, como a força e a resistência.

Uma recente revisão apontou o Brasil como o quarto país mais inativo do mundo, onde cerca de 50% das mulheres não atingem o mínimo recomendado pelo colégio americano de medicina do esporte. Monitorar a rotina de exercício pode ser uma estratégia eficiente para ter uma visão mais ampla da sua condição perante aos valores recomendados pelos principais órgãos de saúde. Primeiro é preciso criar o hábito, para depois se preocupar com os detalhes.

 
 
 

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